É muito (eu disse MUIIIIIITO) quando acontece alguma coisa boa que nos deixa intrigados e muda a nossa rotina né? Mesmo as coisas mais simples, às vezes nos fazem olhar com novos olhos algo já visto antes.
Foi isso que aconteceu comigo quando eu vi a frase icônica "TAI DOIDO" estampada em letras garrafais (com garrafas de Itú), em diversos lugares do centro de Caruaru.
A ideia partiu de um grupo de amigos, Cinara Daliana, Rafael Gonzales ,Rafaela Cavalcanti, Mayra Marcelino e Adelaide Zhayra, estudantes de Design da UFPE | CAA, como projeto da disciplina Tipografia Experimental, lecionada por Leonardo Buggy apenas.
Partindo daí, procurei o povo e disse logo GENTE, COMO ASSIM? ME CONTA!
E aí eles soltaram o verbo e contaram como surgiu essa ideia louca e linda! Segura aí.
TCH - A expressão "Tai doido!", que vocês usaram é bastante característica do agreste de Pernambuco e principalmente de Caruaru, de onde surgiu a ideia da intervenção?
Tudo começa com a proposta da cadeira de tipografia experimental em um exercício sobre tipografia e o espaço urbano. Como já havia um pré-projeto pessoal de lambe-lambe feito por Rafaela, achamos que seria uma boa aplicá-lo, um bom motivo e forma de dar visibilidade a um tipo de arte urbana que achamos genial. Então vieram as questões: O que? Onde? Como? Na verdade não lembramos muito bem como a discussão que tivemos chegou ao “Tai Doido!”, acho que procurávamos uma expressão para a intervenção que conseguisse atingir aos caruaruenses, impactando com algo que já é tão cotidianamente utilizado por eles, que em muitos passa despercebido e nessa discussão com Mayra e Adelaide chegamos ao danado do “tai doido”, uma expressão bem popular caruaruense usada em vários tipos de interjeições como as de surpresa, admiração, etc. Talvez por acharmos engraçado ouvir e falar... Tá na boca do povo! Já os lugares escolhidos foram meio que filtrados a partir da série de mudanças que têm rolado em Caruaru nesse últimos anos, alterando a rotina dos moradores do local. Enfim, um viaduto/duplicação de uma BR construídos do “dia pra noite”, filas, engarrafamentos e demora para pegar ônibus, prédios residenciais/comerciais monstruosos surgindo a cada dia. E como o caruaruense responde a isso? TAI DOIDO!
TCH - As obras são gigantes! Como foi o processo de produção e quais as maiores dificuldades que vocês passaram?
TCH - Caruaru, mesmo sendo um berço artístico e cultural de algumas vertentes (como o artesanato de barro do Mestre Vitalino) ainda é bastante carente quando falamos em artes gráficas e street art mesmo. Vocês acham que esta iniciativa de vocês pode ser o "empurrãzinho" que faltava para produções como esta?
Na verdade, falta um empurrãozão! Mas sim, já é um bom começo. Pelo o que vimos através de redes sociais, o trabalho repercutiu muito bem, o que acaba incentivando outros aspirantes a “artistas de rua” tirarem do papel suas ideias e vontades, tanto como forma de protesto, quanto expressão artística mesmo. Algo bem válido por aqui, uma cidade carente de não apenas entusiastas, mas principalmente do interesse e reconhecimento vindos de seus conterrâneos. Tendo em vista tantos exemplos e inspirações de vários cantos do mundo, por que não na Princesinha do Agreste também?
TCH - Eu particularmente AMEI essa iniciativa, qual o próximo projeto?
Não se espante se avistar alguns corpos nus pela avenida nas próximas semanas. ;)
Sugiro que vocês abram os olhos ao andar pela cidade agora hein? Por hora, vou deixando umas imagens de degustação do que se pode ver por aí...





Muito bom, adorei a ideia!
ResponderExcluirAs misturas de ideias, resultando em pensamentos críticos no dia-a-dia.
Parabéns a galera pela iniciativa, venham fazer aqui no Cabo.
Ok, Rafa? rsrs